terça-feira, fevereiro 26, 2008

Passeio de Domingo


Grupo de jovens salvadorenses aproveita uma amena tarde de domingo, gozando um agradável passeio pela estrada fora.

(Foto de cerca de 1960, cedida pelo Prof. Libério Candeias Lopes)

Santa Sofia há cinquenta anos


Estamos no dia 7 de Setembro de 1958, dia da festa de Santa Sofia. Findo o sermão, na capelinha da Santa, a procissão dirige-se agora à igreja matriz.

(Foto cedida pelo Prof. Libério Candeias Lopes)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Guarda Fiscal e Salvador


Na época em que o contrabando entre Portugal e Espanha estava na ordem do dia, todos os lugares raianos, como a nossa terra, foram importantes na vigilância de fronteiras, na protecção fiscal e económica do Estado.
Esse trabalho pertencia à Guarda Fiscal que, durante a maior parte da sua existência secular, manteve um posto em Salvador, com uma guarnição variável, mas raramente excedendo a dezena de efectivos. Tratava-se de pessoas de outras naturalidades, dada a proibição de poderem exercer a profissão na sua própria terra, certamente por motivos de independência de acção.
Não cabe aqui abordar a sua actividade, nem a dos seus naturais «adversários» – os contrabandistas. O nosso objectivo é salientar o facto de que alguns desses homens, ao aqui residirem com as suas famílias durante vários anos e até décadas, tomaram o Salvador como a sua terra, e salvadorenses nasceram os seus descendentes.
Em 1956 era esta a composição do Posto de Salvador:
António Vaz Leitão
Domingos Lopes
José Afonso
José Dias Ramos
José Gomes
José Gonçalves Milheiro Duarte
José Toscano da Costa
Júlio Arrojado
Manuel Augusto Pires dos Santos
Sebastião Oliveira Cunha
Zeferino Miguel (Comandante do Posto)

Na foto, de cerca de 1950, o guarda-fiscal José Afonso faz o seu retrato de família. Natural de Proença-a-Velha, tal como a mulher, Adélia dos Santos, passaram no Salvador meio século de vida, e aqui jazem no cemitério local.

domingo, fevereiro 17, 2008

Conceito de Defesa da Pátria


Está ainda muito presente, entre os portugueses, a lembrança do conflito hoje chamado de Guerra Colonial, que durante treze longos anos, mobilizou a quase totalidade dos mancebos daquele tempo.
A mobilização era, aliás, genericamente encarada como fatalidade devida à obediência a valores que vinham sendo assimilados e se instalaram pacificamente na grande maioria da população.
Veio a revolução de 25 de Abril de 1974 e trouxe consigo, além do fim da guerra, o germe de uma consciencialização totalmente diferente, no que se refere à eventual justeza da nossa participação no conflito. O dever, antes configurado pelo conceito de defesa da Pátria, é, pelos novos ventos, distorcido, condenado, e coberto com o manto da ilegitimidade.
O sacrifício dos que intervieram na guerra ultramarina adquiriu, assim, nas consciências ideologizadas pela «revolução dos cravos», um significado pejorativo, destinado a ostracizar toda aquela geração de portugueses.
Porque o «novo» conceito de dever assume extensão diferente e os destinos dos nossos jovens são outros – ex-Jugoslávia, Bósnia, Kosovo, Afeganistão, etc., etc. – esperemos que o futuro os não condene também, nem minimize o seu sacrifício.
A foto acima é de 4 de Julho de 1961. O cenário é o caminho marítimo sulcado pelo navio «Niassa», com mais um contingente de tropas, que inclui alguns salvadorenses.

sábado, fevereiro 02, 2008

No tempo do Vieiro


Na primeira metade do século XX assistiu-se a um incremento da actividade mineira, como riqueza a aproveitar para atenuar as graves carências da economia nacional. Passado o efeito dos grandes conflitos mundiais, a procura baixou, os preços cairam e as minas paralisaram.
Salvador, com as suas minas, teve também a sua época. Ainda nos lembramos do grande movimento de camionetas que, pelos anos quarenta, vinham recolher o minério extraído pelos muitos trabalhadores das minas da Lameira, que o povo baptizou de vieiro, que significa «veio de metal ou de outra qualquer substância numa mina».
Das várias galerias retiravam toneladas de terra, donde era separado o minério de ferro e manganês, que eram a base da produção. O entulho restante e alguns desperdícios minerais não comercializáveis formavam, depois, montes enormes por todo o recinto das minas.
A foto é de 1955 e nesta altura a exploração já tinha parado. Do bulício doutros tempos ficou apenas, durante alguns anos, um antigo encarregado, que tomava conta das estruturas, aliás transformadas em polo de atracção e visita quase obrigatória dos salvadorenses que vinham a férias.
É o caso do Ti Violas (José Calamote), que as foi mostrar aos filhos e neto, tendo honras de visita guiada pelo dito encarregado e seu particular amigo, Sr. Severino Rodrigues Reboredo e sua mulher, D. Teresa, que ladeiam na fotografia.