quinta-feira, julho 30, 2009

Militares


Este garboso militar de cavalaria é o salvadorense José Mendonça (1915-2005), que aqui deveria ter pouco mais de vinte anos, pelo que a foto será de cerca de 1936.

Os militares estiveram sempre presentes na História de Portugal desde os seus primórdios: nas lutas contra leoneses e muçulmanos; contra agressores e ocupantes castelhanos; contra invasores franceses; nas campanhas africanas do mapa cor-de-rosa; na primeira guerra mundial, em França e em África.
Depois, já nos anos sessenta/setenta, na guerra do ultramar, em várias frentes.
A tropa era conscrita, por ordem dos governos da Nação e para defesa da mesma, isto é, o serviço militar era obrigatório e tinha por fim a defesa nacional. Entretanto, o serviço militar obrigatório foi abolido em Portugal em 2004, mas teatros de guerra como a Bósnia, Timor-Leste, Kosovo, Afeganistão, etc. etc., têm a nossa tropa a defender, voluntariamente, terra alheia.
Os EUA também aboliram o serviço militar obrigatório em 1973, na sequência da Guerra do Vietname...
– «Malhas que o império tece», como disse Fernando Pessoa!

sexta-feira, julho 17, 2009

No prelo


Patrocinado pela Câmara Municipal de Penamacor e pela Junta de Freguesia de Salvador, está prestes a sair a público, pelas Edições Colibri, o livro Salvador barquinha d’oiro: o tempo dos nossos avós, que será o primeiro esboço monográfico da nossa terra, em letra de forma.
Na suas cerca de 300 páginas, são abordados aspectos históricos, económicos e culturais, desde as origens conhecidas até meados da segunda metade de Novecentos, época considerada, pelo autor, a mais próxima do «tempo dos nossos avós». A publicação inclui dois extratextos: um com a divulgação de diversos documentos antigos; outro com várias imagens a cores – estas, evidentemente, bastante menos antigas.
Trata-se de um trabalho assaz incipiente, mas em boa parte realizado com uma segunda intenção: que foi a de tentar contagiar os salvadorenses mais jovens e procurar despertar, neles, iniciativas novas que vão no sentido de um estudo mais aprofundado da nossa terra e das nossas gentes.

domingo, julho 12, 2009

A turma de Tavira



Vai para cinquenta anos que, entre os dia 1 de Setembro de 1959 e 30 de Janeiro de 1960, este vosso amigo conheceu, ao pormenor, a bela cidade de Tavira. A terra algarvia que mais igrejas tinha, diziam. E era verdade: acho que nem cheguei a visitá-las todas, apesar do inegável atractivo monumental, da pluralidade de estilos arquitectónicos e da diversidade de influências religiosas de cada uma delas.

Naquele tempo Tavira fervilhava de militares, que animavam o comércio e as pensões, e alvoroçavam o sentido do elemento feminino, perante o renovar constante de vagas de imberbes mancebos e, como tal, de potenciais hipóteses de namorico... ou talvez mais.

De facto, funcionava ali o Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria (CISMI), por onde passavam anualmente algumas centenas de instruendos de todo o país. Muitos ali tiveram namoradas, ou madrinhas de guerra, e alguns por lá casaram.

Alguns dos camaradas de turma vim a encontrá-los, cerca de dois anos após, na odisseia portuguesa do Ultramar; outros não os vi mais. Que vivam e que sejam felizes todos!

Neste mundo, tanta coisa mudou, entretanto!

Mas da juventude que detínhamos, da camaradagem que sentíamos, da solidariedade que retribuíamos, das ilusões que eram só nossas, durante aqueles excitantes cinco meses em conjunto, subsiste, ao fim deste meio século, este elo de amizade que, ao recuperar as imagens, o faz com o coração cheio e o olhar húmido.

quarta-feira, julho 01, 2009

Convívio familiar


Em todas as famílias há sempre um ou dois membros cuja preocupação constante é aproveitar todas as ocasiões para reunir o clã, proporcionando momentos ímpares de convívio e de confraternização, a remeter para a vivência original dos primeiros tempos de vida debaixo do mesmo tecto e à mesa comum.
Na família Afonso era o Armando e a Maria Augusta quem fomentava essa união familiar, e eram de sua iniciativa a maior parte dos agradáveis serões, dos frequentes piqueniques ou das «obrigatórias» férias de verão no Salvador. Era, para eles, uma imensa felicidade terem a família à sua volta – família numerosa em crescendo, mas, por isso mesmo, crescentes eram o amor, a alegria e a dedicação deles.
Malfadadamente, o Armando e a Augusta foram os primeiros a desaparecer. A família continua amiga como dantes, mas a garra, o dinamismo e o espírito de iniciativa foi com eles.
Nas férias de 1977, a família juntou-se mais uma vez no Salvador para a Santa Sofia, e a foto seguiu-se à merenda saboreada à sombra das árvores da piscina da Termas de Monfortinho.