quarta-feira, setembro 23, 2009

O jovem, a seara e a fisga


Meio século separa este instantâneo dos nossos dias. O jovem, na idade da esperança, estica firmemente os elásticos duma fisga, e fá-lo tendo por fundo uma densa e viçosa seara de centeio.
Tudo ali era esperança, nesse preciso momento: a juventude evidente, a promissora seara e a fisgada confiante.
Juventude, searas e fisgas já não são, para nós, infelizmente, mais do que saudosas e angustiadas recordações que a passagem dos anos vai tornando cada vez mais penosas. Com excepção, talvez, da fisga, que pouco ou nada mudou desde então, e que, julgo eu, continua na mão dos garotos lá da terra, quando fazem despiques para ver quem acerta melhor ou quem atira a pedra mais longe..., ou a assustar os passarinhos que pousam nas árvores ao seu alcance!

quarta-feira, setembro 16, 2009

A «Quinta»


Que fazem estes três rapazes (quatro, com o fotógrafo?), que aqui ostentam farfalhudos bigodes de barbas de milho, num domingo (a avaliar pela fatiota), encostados à nora da «Quinta»?
Os rapazes são o Mário e o Frederico «Farragas» e o Albertino «Violas». O fotógrafo terá sido a irmã deles, a Maria Manuela, ou algum outro amigo que agora não recordo.
A quinta era a do Dr. Frederico Conde, na Ramalha, onde os pais deles eram caseiros, e que era completa e suficientemente identificada por «a Quinta».
Tratava-se de uma propriedade extremamente bem aproveitada e mimosa. O olival e a vinha eram excelentes e asseguravam produções notáveis.
Com fartura de água, os produtos hortícolas eram ali abundantes e de óptima qualidade. Tinha ainda imensa variedade de árvores de fruto, cobrindo, praticamente, todo o ano.
Dispunha ainda a «Quinta» de um belo aglomerado de casas, ajardinado, com instalações agrícolas e pecuárias, com morada para os caseiros e onde pontuava um sóbrio palacete dos proprietários, que residiam em Castelo Branco e ali vinham passar os fins-de-semana para descansarem e para levarem abastecimentos para casa.
Ora, o que fariam ali os rapazes? Divertiam-se, é claro!
Não havia TV, nem computadores, nem jogos electrónicos... Mas, decerto, correram e saltaram pelo meio do milho; saborearam «galula» dos marmeleiros, amoras ou figos, ou outra fruta da época e beberam daquela água fresca e pura do poço da nora...
E despreocupados como andavam, nem lhes passou pela cabeça que a sua garbosa figura iria parar à Internet, cinquenta e cinco anos depois!

quinta-feira, setembro 10, 2009

Ainda o livro – entrevista


Sobre a apresentação do livro «Salvador barquinha d' oiro», publicou o semanário «Reconquista», na sua edição de hoje, 10 de Setembro, um apontamento de entrevista do jornalista penamacorense José Furtado com o autor, que gostosamente levamos ao conhecimento dos leitores do nosso blogue.

Salvador em livro – Lançamento


Como anunciado neste blogue, o lançamento do livro «Salvador barquinha d' oiro: o tempo dos nossos avós» aconteceu no dia 4 do corrente mês (e primeiro da festa de Santa Sofia). Teve lugar ao fim da tarde, no salão de festas do moderno edifício da Junta de Freguesia de Salvador, com a presença de ilustres convidados e de muito público.
Compunham a mesa o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, Domingos Torrão; o presidente da Assembleia Municipal de Penamacor, Lopes Marcelo; a vereadora da Cultura, Ilídia Cruchinho; o presidente da Junta de Freguesia de Salvador, Joaquim José Justino; o editor (Edições Colibri), Fernando Mão Ferro, e o autor, Albertino Calamote. Todos usaram da palavra, e foi a vereadora Ilídia Cruchinho quem fez a apresentação da obra. De uma forma magistral, sublinhe-se, atendendo ao curto espaço de tempo de que dispôs para o efeito.
Uma projecção de diapositivos, com imagens do livro, complementava as palavras dos oradores, para gáudio da assistência.
No final, a inevitável sessão de autógrafos, com a grata surpresa de a Junta de Freguesia de Salvador ter decidido brindar todos os presentes com um exemplar do livro, oferta esta que manteve nos dias seguintes da festa, contemplando, ao que julgamos saber, mais de 400 salvadorenses.
Não somos a pessoa indicada para o afirmar, mas este gesto tem um alto significado, tanto do ponto de vista do relacionamento da autarquia com os seus habitantes, como da reconhecida mais-valia que advém, para todos, da projecção do livro e da cultura.

terça-feira, setembro 08, 2009

Festa de Santa Sofia


Mais um ano, mais um primeiro fim-de-semana de Setembro, mais uma festa de Santa Sofia, mais uma concentração de salvadorenses para homenagearem a sua padroeira de eleição.
Trazemos aqui, hoje, imagens duma festa de outros tempos, mais precisamente duma procissão.
Não sabemos datar o evento, mas estimamos que possa ser dos anos cinquenta, início de sessenta.
Alguns dos presentes nas fotos, e as duas frondosas sobreiras, ao cimo do «Chão do Seabra», despertarão, sem dúvida, lembranças adormecidas nas memórias dos menos jovens...
Fotos cedidas pela Lena F. P. Afonso.