segunda-feira, janeiro 10, 2011

Salvador em 1937


O documento que aqui se reproduz, e que se encontra no Arquivo da Comissão Fabriqueira da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, matriz de Salvador, é o balanço das contas da festa de Santa Sofia em 1937.
Pelos números envolvidos, podemos ver como eram modestos os festejos, comparados com os de agora. O mesmo não poderá dizer-se da religiosidade, que era, na altura, a componente fundamental da romaria, nomeadamente através do recurso a pregadores afamados, vindos, muitas vezes, de longe.
Elementos da maior importância eram, também, os foguetes e a música que animavam a festa. Certas despesas, como as refeições do fogueteiro e dos músicos eram asseguradas pelas casas mais fartas, que acolhiam um ou mais desses elementos às suas mesas (a inclusão da despesa de dez escudos nas contas deve-se, certamente, a qualquer caso extraordinário).
Uma menção especial para os festeiros e subscritores do balanço – Manuel José Gonçalves, Rui Lopes e José Cristóvão Júnior, homens que eu ainda bem conheci.
Trata-se de três grandes salvadorenses, três homens honrados e notáveis da nossa terra, que muito deram ao Salvador e aos seus conterrâneos, no desempenho de várias funções cívicas, nomeadamente as de Regedor da Freguesia, que era uma autoridade do tipo policial, autêntica, eficiente e gratuita, nas freguesias, figura essa que viria a desaparecer em 1976, na sequência da Constituição da República.