sábado, abril 23, 2011

23.º 23 de Abril





Partiste há 23 anos, num dia 23 de Abril.

Era um dia de calendário como o de hoje; era um dia de luz e de flores como o de hoje; era um dia que só a partir de então eu me apercebi de que o mês de Abril me não largaria nunca mais.

sábado, abril 09, 2011

Manuel Sebastião (1930-1978)


Salvador Barquinha d’Oiro vem hoje recordar o Manuel Sebastião, um saudoso amigo e dedicado salvadorense que a morte ceifou na flor da idade. Era filho de Ascenção Filomena e de Sebastião Lourenço, agente da PSP em Lisboa, e tinha um irmão mais novo, o Alfredo, que também viria a falecer muito cedo. Manuel Sebastião seguiu a carreira militar, foi sargento e oficial, fez comissões nas antigas possessões ultramarinas da Índia, de S. Tomé e Príncipe e de Moçambique, e tinha a patente de tenente quando a morte o surpreendeu, em 9 de Dezembro de 1978, vítima de doença grave. Era casado com Maria de Lurdes da Cunha Leitão, filha do guarda-fiscal António Vaz Leitão e de Celeste Cunha, um casal de monsantinos que passou boa parte da sua vida na nossa terra. Com um casamento perfeito, a Lurdes e o seu Manel tiveram quatro filhos: a Fatinha, a Meninha, a Fernandinha e o Nelson, os quais ainda eram bastante jovens quando o pai morreu: 19, 17, 16 e 15 anos, respectivamente. O Manuel Sebastião era um homem extremamente optimista e bem disposto, que colocava acima de tudo a sua família, os seus amigos e a sua terra. A sua despedida, tão dramática e extemporânea, foi uma perda irreparável que deixaria profunda saudade à família e aos amigos. E a Lurdes, a acrescentar à penosa viuvez, ver-se-ia a braços com quatro filhos na fase mais importante e dispendiosa da sua formação, a exigir esforço permanente e entrega total. E como se não fora ainda sofrimento bastante, teria que confrontar-se, alguns anos depois, com a morte do Nelson, o tão aguardado «rapaz após três meninas», que também nos deixou tão precocemente: aos 33 anos. Há gente para quem os desgostos são visita frequente, e para quem a memória é um sagrado relicário das afeições e das saudades. Recordar é viver – diz o ditado – e recordamos hoje o Manuel e o Nelson Sebastião, que assim vivem em nós e nos acompanham. E deixamos, também, o nosso abraço solidário aos que eles cá deixaram, principalmente à Lurdes, pela esposa, pela mãe e pela amiga extraordinária que sempre soube ser.