terça-feira, fevereiro 07, 2012

A carroça e o automóvel

Mais duas fotografias a relembrar o Salvador de outros tempos.
Na primeira, tirada em meados dos anos cinquenta no entroncamento da travessa que liga o adro da igreja com a Rua da Cinza, vemos Rui Serrano Candeias, conduzindo o seu macho e respectiva carroça, de regresso de um dos seus prédios, trazendo de boleia dois jovens, que devem ser o José Alberto Vicente Lopes e a Severiana Candeias Lopes. Rui Candeias, já de provecta idade, mas felizmente ainda entre nós, foi honrado comerciante da nossa terra, durante toda uma vida, sendo credor, tal como a sua mulher, Alice Peres, da amizade e da consideração das diferentes gerações de salvadorenses, gratas não só pelo atendimento comercial impecável, mas, em grande parte, devido ao serviço público de telefone, que estava a seu encargo e representava tarefa assaz complicada, tendo em conta o nível humilde da generalidade das pessoas servidas, o que mais ainda realçou as elevadas qualidades humanas do casal de comerciantes.
A segunda foto é do princípio de sessenta, tirada em frente da loja de Rui Candeias, hoje Largo Maria Bárbara Tavares da Silva. Não sabemos de quem era o automóvel, mas junto dele vemos, entre outros jovens, a já referida Severiana (as fotos são dela), o José Alberto, a Maria Adelaide Lopes e a Isilda Candeias.
 

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Crianças de Salvador

Quando vamos ao Salvador, parece-nos que a nossa aldeia só tem velhos. De facto, estes novos tempos trouxeram a desertificação às povoações do interior, cujas populações activas demandaram outras paragens, em busca de melhores condições de vida. As exigências da modernidade trouxeram novas necessidades económicas, culturais e sociais, bem como diferente modelo familiar, mais reduzido, para fazer face às realidades do presente.
 O Salvador de hoje, pode dizer-se, não tem crianças. Já nem tem, aliás, escola em funcionamento. Os poucos alunos que existem vão  aprender para Penamacor, juntando-se aos de outras freguesias também desertas nesta matéria.
Tempos houve em que a garotada enxameava as ruas da aldeia, a caminho da escola ou por todo o lado, na sua retouça de diabretes à solta, a correr e a saltar, a palrar e a cantar alegremente.
Veja-se a foto, provavelmente de 1956, e a grande quantidade de meninas e meninos da primeira comunhão, obviamente apenas uma parte das crianças que o Salvador tinha naquele tempo.

(A foto foi-nos cedida pelo prof. Libério Lopes – então seminarista e que aparece lá atrás, junto do umbral da porta da igreja –, a quem muito agradecemos).