sábado, junho 18, 2011

Guarda Fiscal de Salvador

Este verdadeiro tesouro fotográfico parece representar um momento de grande importância para a força constitutiva do Posto da Guarda Fiscal de Salvador, dado o ar festivo e a solenidade da pose.
O uniforme de gala, os instrumentos musicais e os «palhinhas» também não enganam ninguém: era dia de festa, por qualquer motivo! E não falaremos das respeitáveis e quase uniformes bigodaças!
Infelizmente a imagem não está datada, mas estimamos que será, muito provavelmente, dos anos quarenta (decorria a guerra civil espanhola), altura em que as localidades raianas, como o Salvador, suscitavam grande atenção do poder no controlo e na repressão do contrabando. O facto de apenas identificarmos - com segurança - um elemento, reforça a ideia de que a foto não será mais recente.
Com efeito, só conhecemos o 1.º Cabo Zeferino Miguel, o segundo da esquerda, na fila da frente, que era o comandante do posto. Poderão também estar, entre outros, José Afonso, António Vaz Leitão e Domingos Lopes, que, à época, já estariam a prestar serviço em Salvador.
O Cabo Zeferino deixou a fotografia ao seu afilhado Zeferino dos Santos Afonso, a quem agradecemos a sua cedência.

sexta-feira, junho 10, 2011

José Manuel Marques

O Zé Manel nasceu em África, mas andou em Salvador na escola do professor José Vicente Lopes, nos anos quarenta-cinquenta, tal como nós. Tinha uma doença grave, de insuficiência cardíaca, que actualmente teria cura, mas que, naquele tempo, preconizava vida breve, como veio a verificar-se.
O Zé Manel  era um rapaz franzino, macilento, de grandes olheiras e lábios roxos, mas muito educado e que facilmente fazia amigos. Chegava às aulas sempre extremamente cansado, motivado pela cruel doença, mas também devido à localização da nossa escola, quase no cimo da serra.
O Zé Manel, que deixou muitas lembranças nos seus companheiros de escola, era da família dos Caiadinhos (neto de Manuel Martins Caiado – o «caiadinho»), uma família exemplar de gente honrada e boa e com muitos membros emigrados em Angola.
Os documentos que se publicam foram-nos cedidos pelo Zeferino dos Santos Afonso e encontravam-se no espólio documental de Hermínia Miguel Borges, filha de Zeferino Miguel, que exerceu em Salvador, durante muitos anos, as funções de comandante do posto da Guarda Fiscal, e ambos já falecidos.  O cabo Zeferino, vizinho e amigo pessoal dos Caiados, era uma pessoa extremamente arrumada e meticulosa, como se pode aferir pela anotação supra.

terça-feira, junho 07, 2011

Homenagem aos antigos combatentes do concelho


A imagem representa o imponente monumento de homenagem aos antigos combatentes do concelho de Penamacor, cuja inauguração teve lugar no passado dia 1 de Junho de 2011. O evento, já esperado há vários anos, foi, enfim, concretizado, muito pelas insistentes diligências da comissão instaladora encabeçada pelo nosso conterrâneo e amigo de infância, prof. Libério Candeias Lopes, as quais mereceram o apoio de diferentes entidades e o alto patrocínio da Câmara Municipal de Penamacor e do seu presidente, dr. Domingos Torrão.
A escultura, em granito e ferro policromado, é da autoria de Mestre Eugénio Macedo, que lhe atribuiu o título de «Três Faces».  Assente sobre um plinto de base triangular, que simboliza os três ramos das forças armadas, o alçado compõe-se de três lajes graníticas onde se recortam os contornos de cada uma das três ex-colónias perdidas: Guiné, Angola e Moçambique, representando, os respectivos vazios, as mortes e outros sofrimentos físicos e psíquicos causados à geração que sofreu a guerra.
Encimam o conjunto três chamas – verde, vermelha e amarela –, aludindo ao fogo das armas e às cores nacionais.
Porque a vocação deste blogue se situa no «Salvador de outros tempos», entendemos que este acontecimento, referindo-se aos conturbados anos sessenta e setenta, tem aqui perfeito cabimento.