quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Padre Henrique


A foto supra não está nas melhores condições, mas regista um acontecimento único na história da nossa aldeia. Trata-se da primeira missa (ou Missa Nova) de um destacado salvadorense, o padre Henrique da Cruz Monteiro.
Era meio-dia de 12 de Abril de 1953. A igreja matriz de Nossa Senhora da Oliveira foi demasiado pequena para toda a gente que queria assistir à celebração, e muitos ficaram lá fora, povoando o adro.
Nesse dia o Salvador estava em festa e registava um movimento extraordinário, já pelo acontecimento em si, já porque a família do jovem padre gozava de grande consideração na nossa aldeia e nas povoações vizinhas.
Finda a missa, uma multidão de gente dirigiu-se para junto da casa da Família Monteiro, em atitude espontânea de carinho e de júbilo (ver post de 24 de Março de 2008).
Para além do almoço que a família ofereceu aos convidados, o novo sacerdote fez questão de que fosse servida, também, uma refeição aos pobres de Salvador, numa manifestação de grande religiosidade e de humanismo, que o caracterizariam pela vida fora.
O padre Henrique, já octogenário e felizmente ainda entre nós, foi o único sacerdote católico que a nossa terra viu nascer até hoje. Este facto materializa apenas uma das muitas razões para que Salvador Barquinha d’ Oiro: blogue do Salvador de outros tempos aqui lhe deixe esta modesta homenagem.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Nas férias grandes


Nos longínquos anos quarenta, a visita anual dos salvadorenses ausentes da terra, e o fim do ano escolar, com o inerente regresso dos estudantes, faziam a diferença nos verões do Salvador. Naquele tempo, as férias grandes preenchiam por completo a estação estival, e boa parte dos estudantes de fora aproveitava-as plenamente, ficando todo este tempo em casa de familiares residentes na aldeia.
A foto foi-nos enviada pelo ilustre conterrâneo e amigo, Padre Henrique da Cruz Monteiro, de cuja carta transcrevemos algumas linhas:
«Envio-lhe uma foto dos anos 40, de um grupo de jovens estudantes, que nas férias se encontravam no Salvador, para conviverem e fazerem passeios pelos campos, para gozarem da beleza da natureza e do ar puro que não encontravam nos meios citadinos.
Os rapazes: Amadeu Afonso, Henrique da Cruz Monteiro, Zeca Silva, Alexandre Cancelas, Aires Robalo e outro que não identifico.
As meninas: Hermínia Borges, Maria de Lurdes (Milucha), Ilda Silva, Fernanda Silva e mais duas que não identifico».

Obrigado ao Padre Henrique, que assim vem enriquecer este blogue com mais um saboroso momento dos bons velhos tempos do nosso Salvador.
Se, porventura, alguém reconhecer as restantes personagens aqui não identificadas, teremos o maior gosto em divulgar os seus nomes.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

O fato de «guardar»


Era, com certeza, domingo: dia em que o Salvador vestia o seu fato «de guardar» e enchia os locais de lazer com a sua gente alegre e sadia, para o divertimento ou para o mero descanso da afanosa semanada.
Estes rapazes, todos eles já a contas com a tropa, passeavam a sua dispensa de fim-de-semana estrada acima, em busca de sítio asado para tirar o retrato.
Passavam à Senhora de Fátima quando repararam neste belo Morris Minor, que preenchia, à maneira, um belo fundo para a imagem. E ninguém diz, cinquenta anos passados, que o automóvel não era seu e que não tinham chegado de um agradável passeio por entre as covas e os caramouços de brita da macadamizada e sinuosa estrada do Salvador para as Aranhas.
Só não me lembro é se o baile era lá ou se era cá.