domingo, outubro 26, 2008

Emigrantes e Imigrantes


Os anos sessenta e setenta caracterizaram-se por uma grande sangria de braços na agricultura, já de si bastante depauperada e incapaz de propiciar sustento suficiente que mantivesse as pessoas agarradas à terra. A procura de melhores condições de vida, foi o motivo para que muitos salvadorenses procurassem trabalho em países estrangeiros, enfrentando a dificuldade das novas línguas e de culturas diferentes, numa aventura no escuro, mas de expectativas elevadas.
Separação dos seus entes queridos, solidão entre uma população desconhecida e saudades da sua terra natal, são marcas na vida de todo o imigrante, que o acompanham a todo o momento. Até que regresse, para sentir o aconchego do lar, procura amenizar a sua angústia, passando os dias de festa, ou de maiores recordações, entre conterrâneos ou companheiros de trabalho mais chegados.
Um pouco à maneira do célebre «fogo sagrado», que unia os Gregos nas cidades-estado e nas colónias que a Antiga Grécia fundou ao longo das costas mediterrânicas, também os nossos emigrantes se organizavam, nos países de acolhimento, quer em associações, quer em meras confraternizações familiares ou de amigos, assim preservando a cultura e os usos e costumes da sua aldeia.
Esta foto fixou um momento das ditas separação, solidão e saudades. Ocorreu em Singen, na Alemanha, no dia 31 de Dezembro de 1983. Brinda-se à passagem do ano, mas o brilho dos olhos é diferente: pode camuflar a solidão, mas denota a separação e não encobre as saudades!

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