sábado, setembro 22, 2007

«Rapazes» do nosso tempo


Estivemos há dias no Salvador, onde já só conhecemos os velhos, isto é, «rapazes» do nosso tempo. É uma alegria quando nos revemos, e a conversa, passada a referência às evidências da senilidade, descamba de imediato para o relembrar dos muitos motivos agradáveis que, na nossa juventude, tivemos a felicidade de viver. Divertimentos simples e inocentes, que nos preenchiam plenamente, apesar de não existirem ainda quaisquer das actuais novas ou menos novas tecnologias, que foram, aliás, quase todas elas inventadas já depois dessa época.

Estivemos com o Zé Lopes «Carapito», grande parceiro do nosso tão saudoso tempo dos bailaricos. Encontrámo-lo sentado, com a esposa e alguns amigos, à porta de casa, agarrado a duas canadianas, por causa do maldito reumático, da diabetes e de mais algumas mazelas menores que os anos nos vêm trazendo de presente. Dado ao humor como é, lá nos foi dizendo que, quando os afazeres e os objectivos da vida já nos vão deixando tempos livres; que, quando já poderíamos dispor de mais tempo para gozar e para nos divertirmos, é que ficamos assim prisioneiros do tempo – do tempo que já passou, é claro!

Assim, animadamente , recordámos «aquele tempo». Por fim, despedimo-nos até para o ano. Pelo menos assim o esperamos.

As fotos juntas lembram o dia feliz de Maio de 1961 em que o nosso Zé Lopes se casou. Numa delas estão os noivos à porta do seu novo lar; na outra vêmo-lo rodeado de dois amigos, que, por sinal, já estavam «sentenciados» a pelo menos 24 meses de Ultramar: o Albertino Calamote «Violas» (de óculos) e o Zé Adelino Catana.

2 comentários:

MATOS disse...

Interessantes, as memórias de outros tempos. Momentos que perduram.
Já tentei entrar em contacto com o Calamote, mesmo pelos sonetos, do Brasil, mas não consegui. Meu e-mail "albanomatos83@sapo.pt"

José disse...

Grande estilo!
Não conhecia esta foto!