quinta-feira, janeiro 28, 2010

Eram meninas


Eram meninas há sessenta anos.
Foram passear até à capela de Santa Sofia, como era hábito «sagrado» nos domingos à tarde. Atrás está a Lurdes Leitão, a Milúcia, a Alda Peres e a Maria Alice Afonso; à frente vemos a Patrocínia Ferreira e a Maria Augusta Afonso.
Alardeiam beleza e juventude, e sorriem-nos as promessas de futuro que ficaram registadas nesta bela imagem.
Algumas já nos deixaram, mas poderemos ver aqui como elas eram, todas, graças a esse extraordinário invento que foi a fotografia.
A foto foi cedida pela Maria Alice.

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Prof. José Vicente Lopes – a homenagem que falta


Entre 1939 e 1965 contou a nossa terra e os seus rapazes com um mestre-escola de grande nível. Com o seu extraordinário saber, a sua elevada competência profissional e o seu natural humanismo, o professor José Vicente Lopes (1897-1969) preparou para a vida várias centenas de alunos, ensinando-lhes uma instrução primária altamente exigente e disciplinarmente muito variada e completa.
Numa altura em que raros alunos tinham oportunidade de prosseguir estudos, a preocupação do Professor era dotá-los com diferentes conhecimentos, que não se ficavam pelos programas oficiais, mas, antes, abrangiam uma gama imensa de teorias e práticas essencialmente dirigidas aos problemas que a vida real poderia colocar às crianças de 11 ou 12 anos que deixavam a escola e, subitamente, se encontravam perante a vida activa, num tempo e numa terra em que, para almejar um emprego, havia que emigrar, no mínimo, para Lisboa.
O professor José Vicente Lopes, quando saia da escola, ocupava, ainda, a maior parte do seu tempo em tarefas e serviços prestados aos seus conterrâneos, como sejam funções na Junta de Freguesia, no Posto do Registo Civil, no juizo de
conciliação e solução de conflitos entre vizinhos, ou em muitos outros casos de ajuda e de conselho às pessoas que recorriam aos seus conhecimentos, prestígio e experiência. Todos estes encargos eram gratuitos, bem como as atrás referidas funções oficiais, ao tempo não remuneradas.
Em vida, José Vicente Lopes foi condecorado, pelo Presidência da República, com a Ordem da Instrução Pública, e também muito justamente homenageado pelos seus alunos.
Porém, ele foi, sem sombra de dúvidas, uma das maiores figuras de Salvador, tendo marcado a sua época de forma indelével.
Mal vai a terra-mãe que não honra os filhos que a dignificam e engrandecem.
O professor José Vicente Lopes merece que o seu nome seja devidamente gravado na sua terra, para que o seu exemplo, tão presente na memória daqueles que tiveram a dita de o conhecer, fique também na história de Salvador e perdure pelas suas futuras gerações.

domingo, janeiro 10, 2010

1.ª Comunhão


Passados que são os dias das chamadas Festas de Natal e Ano Novo, voltamos à actividade normal do Salvador barquinha d‘ oiro: blogue do Salvador de outros tempos, que é a de recordar, em textos ou em imagens, o passado da nossa terra e da suas gentes.
A imagem de hoje mostra um lindo grupo de jovens, infantes e adolescentes, num ambiente de primeira comunhão, que era, então, um acontecimento de grande importância na pacatez social das nossas aldeias, ansiosamente aguardado pelas crianças, carinhosamente preparado por párocos e catequistas, atentamente acompanhado pelos pais e pelos professores e um espectáculo dominical a não perder por toda a população.
A felicidade e a alegria estão estampadas nos rostos dos retratados, sem dúvida abençoados por um daqueles claros e luminosos dias primaveris, que o nosso próprio imaginário mantém, ainda bem vivos, do Salvador de outros tempos.

Foto (1960?), cedida pelo Frederico Nuno Vicente Lopes