sábado, dezembro 06, 2008

8 de Dezembro – Dia da Mãe


Este blogue é do Salvador de outros tempos. Do tempo, por exemplo, em que o dia 8 de Dezembro era dia santo de guarda, consagrado à mãe de Jesus, Nossa Senhora da Conceição, e, simultaneamente, a todas as nossas. Era o Dia da Mãe.
Há uns anos a esta parte muitas coisas mudaram, e a moderna mentalidade consumista transferiu o Dia da Mãe para o primeiro domingo de Maio, a fim de alinhar com a globalização… ou para melhor funcionar o comércio das bugigangas, que caracteriza estes dias festivos!
O Dia da Mãe não é o mesmo, mas as mães também mudaram. Continuam a dar à luz, é certo, mas tudo o resto está mais facilitado, dir-se-ia mais standardizado, nos dia de hoje.
Há o planeamento familiar e a assistência na gravidez; há as maternidades e as cesarianas; há as fraldas descartáveis e os carrinhos de bebé; há as roupinhas para 3 meses, para seis, para 1 ano, para 2…; há os infantários e as pré-primárias; há os leites em pó e as papinhas em frascos; há as aulas de piano e de violino; há a natação e o karaté; há a televisão, os computadores e a play station; há a internet, o telemóvel, o MP3, o Ipod, o Messenger, o Hi5, o cinema, os centros comerciais, as trotinetas, as motos e os carros, as discotecas, os shots, etc, etc.
Ah, mas as mães de hoje trabalham; as de outros tempos estavam em casa!
Parecerá um lugar-comum, mas dantes a coisa era outra, bem mais natural, bem mais pura, bem mais humana. Elas, as mães doutro tempo, aturavam-nos dia e noite, todos os dias e todas as noites; faziam a nossa comida com os alimentos da horta ou da mercearia davam-nos o leite do seu peito, ou, se este secava, o de cabra ou o de vaca; faziam as nossas fraldas de pano, sempre lavadas e sempre reutilizadas; faziam a nossa roupinha toda, a nossa bata da escola ou a nossa saca dos livros; faziam as nossas meias de algodão com as cinco agulhas que giravam nas suas mãos de fada, ou tricotavam as nossas camisolas de lã, grossa e quentinha; faziam as nossas mantas a partir de tiras de trapos ou de ourelos; baixavam ou subiam as bainhas das nossas roupas; remendavam-nas ou aplicavam-lhes umas joelheiras ou umas cuadas novas; viravam do avesso um casaquinho do filho mais velho, e ajeitavam-no, para ser usado e rompido pelos irmãos mais novos...
Pois é, as mães de antigamente não trabalhavam!
Salvé dia 8 de Dezembro, dia da mãe de Jesus, dia da minha mãe, Dia da Mãe!

Imagem de título: 8 de Dezembro - Dia da Mãe [Visual gráfico. - [S.l. : s.n., D.L. 1955]. - 1 imagem : color. ; 12x10 cm http://purl.pt/12503. Lisboa, Biblioteca Nacional Digital.
Imagem da senhora a fazer meia: com a devida vénia, reproduzida de http://tricotadeira.wordpress.com/2008/01/12/

3 comentários:

gdec - Geraldes de Carvalho disse...

Meu caro Albertino
Creio que um dos meninos, o mais pequeno, sou eu; o outro é o Manuel da Cruz Monteiro. V. é o Albertino Barroco julgo eu e não se ofenda com o epíteto que é carinhoso.Eu não sabia o seu apelido familiar.
Eu sou filho da Laura Pereira, filha do José Robalo da Cunha que morreu em 1940 data em que fui viver para o Salvador, tinha eu seis anos de idade. A fotografia deve ter sido tirada nesse ano ou no seguinte : Sou sobrinho da D. Lusitana -irmã da minha mãe- a qual também já faleceu- da D. Elvira e do José Robalo que foi aí comerciante, como o pai do mesmo nome, e tive ainda outras tias que creio que V. não conheceu. Eu formei-me em direito e fui viver para Moçambique de onde só voltei em 1981.
Desde que regressei já aí fui três vezes uma delas ao funeral do meu tio José Robalo.
Não nasci no Salvador mas considero essa terra a minha terra pois aí fiz a instrução primária e aí vivi até aos 17 ou 18 anos . É verdade que desde os 11 anos apenas ia aí passar férias.
Vivo agora em Brejos de Azeitão e, como V. diz, já sou velhote mas ainda mexo...Na verdade tenho menos um ou dois anos que V. meu caro...
Gostei muito de falar consigo e de ver o seu blog -também tenho um.
um abraço
Geraldes de Carvalho
(nome completo : José Geraldes Pereira de Carvalho)

gdec - Geraldes de Carvalho disse...

Meu caro Albertino
Já vi a sua nota na mensagem abaixo e está tudo bem. Falta acrescentar que os meus pais tiveram mais um filho, na verdade uma filha chamada Maria Júlia e que nasceu aí, no Salvador, em 1943. Era a mais nova mas infelizmente foi a única que já faleceu . O meu irmão Aires está no Brazil. A Margarida vive aqui perto de mim em Lisboa.
Gostaria muito de ter a fotografia dos "dois meninos." Seria possível fazer uma cópia.? Eu tenho um Scaner e podia fazê-la... e depois voltava a remeter-vos o original . A minha direcção é assim
R. Fonte de Negreiros, L 182 Brejos de
2925-351 Azeitão,
Já viu o meu blog ? Gostava que visse. Ficava a saber mais um pouco de mim. Está lá uma fotografia minha mais ou menos da mesma altura em que foi tirada essa. Como sabe para aceder ao blog basta clicar no meu "nome" gdec que aparece no princípio destas mensagens
Tive muito prazer em contactar consigo
um abraço
Geraldes de Carvalho
(zeca) -já quase ninguém me trata assim e achei maravilhoso que se lembrasse

gdec - Geraldes de Carvalho disse...

Meu caro Albertino
Já vi a sua nota na mensagem abaixo e está tudo bem. Falta acrescentar que os meus pais tiveram mais um filho, na verdade uma filha chamada Maria Júlia e que nasceu aí, no Salvador, em 1943. Era a mais nova mas infelizmente foi a única que já faleceu . O meu irmão Aires está no Brazil. A Margarida vive aqui perto de mim em Lisboa.
Gostaria muito de ter a fotografia dos "dois meninos." Seria possível fazer uma cópia.? Eu tenho um Scaner e podia fazê-la... e depois voltava a remeter-vos o original . A minha direcção é assim
R. Fonte de Negreiros, L 182 Brejos de
2925-351 Azeitão,
Já viu o meu blog ? Gostava que visse. Ficava a saber mais um pouco de mim. Está lá uma fotografia minha mais ou menos da mesma altura em que foi tirada essa. Como sabe para aceder ao blog basta clicar no meu "nome" gdec que aparece no princípio destas mensagens
Tive muito prazer em contactar consigo
um abraço
Geraldes de Carvalho
(zeca) -já quase ninguém me trata assim e achei maravilhoso que se lembrasse