terça-feira, dezembro 02, 2008

Quem são os dois meninos?


Quem são os dois meninos tão atiladinhos, de camisolinha branca, de jaquetinha e calções, de sapatinho e meia alta, que vão chegando ao «fundo da estrada», bem pelo centro da mesma, e todos compenetrados?
A avaliar pela suas sombras, diríamos que se estava no princípio de uma manhã radiosa de sol, e que, à sua esquerda, ainda não havia quaisquer edificações. A vestimenta sugere-nos que são meninos de cidade, possivelmente em férias. Transportam qualquer coisa na mão direita. Terão recebido uma prenda? Vão à missa ou à catequese?
Também não sabemos a data da cena: terá cerca de meio século. Quer a galinha, quer os petizes, não parecem preocupados com os automóveis na estrada... A paisagem de fundo alterou-se entretanto: o aterro e o muro fronteiros à casa deram lugar, há já bastantes anos, a uma fiada de novas moradias, à frente das quais haveria de passar a «estrada nova», para Monsanto.
Em conclusão: não sabemos a idade exacta da foto, nem conhecemos os jovens – agora, sem dúvida, respeitáveis anciãos – que lhe conferem humanidade. Porém, temos a certeza, isso sim, de estarmos perante mais um momento singular da vida de Salvador, e de um documento onde pode ser «lido» mais um importante capítulo da história da nossa terra.
Esclarecimento posterior:
O «menino» mais pequeno, então com 6 e agora com 74 anos, é o José Geraldes Pereira de Carvalho. Tinha vindo de Vale de Prazeres, com a família, para se fixarem em Salvador por alguns anos. Os pais tinham um comércio ao Fundo da Estrada (Era o Sr. Aires e a Sr.ª Laura, esta natural da nossa terra, irmã do também comerciante, na Rua da Cinza, José Robalo da Cunha Pereira). Tinham mais 2 filhos: o Aires e a Margarida (?).
O Zeca – assim o conhecemos – esteve pelo Salvador até aos 17 ou 18 anos, estudou, formou-se em Direito e foi para Moçambique, donde voltou só em 1981.
O outro «menino» é o Manuel da Cruz Monteiro, e a foto será de 1940/41.
Foto cedida por José Manuel Borrego Ribeiro.
P.S. Agradecemos os comentários do Geraldes de Carvalho. Já visitámos o seu blogue, mas não descortinámos o contacto. Pedimos-lhe que, em novo comentário, nos indique o seu e-mail, ou, se preferir, nos contacte para a.calamote@gmail.com.

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