sexta-feira, março 06, 2009

A «Menina» Rita


Filha de boas famílias (o seu apelido encontra-se em documentos muito antigos); mulher pequenina, extremamente viva e activa; espírito jovem, aberto e actuante; grande facilidade de comunicação em todas as situações; tudo isto e o facto de ter casado já bem trintona, Maria Rita Martins Beringuilho (1914-1991) justificou plenamente o tratamento de «menina» que todo o povo de Salvador lhe dispensou, carinhosamente, durante toda a sua longa vida.
Ninguém ficava indiferente com esta personagem. Era exemplar o seu relacionamento com toda a gente, de qualquer posição social, sendo, porém, notável, a aceitação de que gozava entre as famílias mais prestigiadas, de quem era visita assídua e permanente. É, ainda, de salientar a sua religiosidade e a assistência que sempre deu aos assuntos da igreja e das capelas da terra, desde contribuições monetárias – documentos paroquiais que analisámos deram-nos conta disso – ao seu trabalho voluntário, nunca regateado quer à liturgia quer ao arranjo e preparação dos altares e dos próprios templos. Se havia problemas com o sacristão, o que por vezes acontecia, era comum ver-se aquela figura franzina, já de avançada idade, subir as estreitas escadas da torre da igreja e sacar dos sinos um trepidante repicar de casamento ou de baptizado, um advertente toque da primeira, da segunda ou da terceira à missa, ou, até, um pausado e plangente dobre de finados. 
A «Menina» Rita foi uma das figuras marcantes do Salvador dos tempos antigos, e inteiramente merecedora de, por este meio, ser por nós recordada, e dada a conhecer às novas gerações.

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