segunda-feira, setembro 06, 2010

Figuras de Salvador


Salvador Barquinha d'Oiro vai hoje lembrar o conterrâneo Tó Cataninho (1926-1983), uma figura das mais castiças da nossa terra. De seu nome António Ricardo, era filho de Ricardo Caetano e de Maria Serrano (vulgarmente conhecida como Roca).
Comunicativo, jovial e folgazão, o Tó era senhor de um chiste sempre pronto e de uma troça implacável de qualquer um que afinasse com as suas graças, nem sempre inocentes. O melhor era mesmo sorrir e deixar passar...
Contrabandista, trabalhando geralmente à noite, passava os dias pelas tabernas, jogando um truco ou uma raioula, sem praticamente ir a casa. Ela não lhe cairia em cima, costumava dizer.
O almoço era uma escapada breve, para uma rápida sopa, e voltar de fatoco de pão e tora de chouriça na mão esquerda e navalha na direita, comendo pela rua a fora, em direcção à partida interrompida, mas não se coibindo, pelo caminho, de gozar o coxo, de arremedar a muda ou de atentar algum velhote que passasse por ele na ocasião.
Costuma dizer-se que homens reinadios são homens bons, e isso era mesmo verdade com o Tó Cataninho.

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