terça-feira, setembro 21, 2010

Zé Manel Robalo


Quando já se passaram os setenta, parece que rejuvenescem as nossas lembranças de juventude: da teia enorme de amigos, de primos, de tios e de outros familiares, e até de vizinhos, que compunham a nossa corte de então; do fantástico bulício dos quotidianos da nossa aldeia, com os trabalhos do campo, a escola, a catequese, a animação domingueira, as festas…
Nos papéis deixados pelo meu pai, estava esta imagem publicitária de um artista - Amaral Roballo -, com uma dedicatória simples: «Para os compadres»
Ora, o Amaral Roballo, que já andará perto dos setenta, era efectivamente o filho único de meus padrinhos Adozinda Amaral e José Robalo (daí tratar os meus pais de compadres). Foi meu companheiro de garoto, se bem que um pouco mais novo, e era meu vizinho de rua, para além da proximidade familiar já referida.
A vida, porém, tem os seus rumos para cada um, os quais, normalmente, vão divergindo à medida que vamos crescendo. O percurso do Zé Manel incluiu África, nomeadamente Angola, e foi parar no Algarve, onde casou e acabou por se radicar.
Malfadadamente, muito poucas vezes nos encontrámos depois de homens.
Não sei se o Zé ainda pratica vida artística, uma vez que ele foi sempre extraordinariamente dotado para as artes do espectáculo e para a comunicação em geral.
A imagem dá disso boa conta, mas funciona aqui, principalmente, como a oportunidade de Salvador Barquinha d’Oiro - Blogue do Salvador de Outros Tempos homenagear um destacado salvadorense e um muito prezado amigo de infância.

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