quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Casamentos por procuração


Dantes, os namoros eram bastante prolongados, durando, por vezes, vários anos, não apenas para que os noivos se conhecessem o suficiente, mas, o que não era menos de considerar, para reunirem as condições económicas mínimas para darem esse importante passo. O compromisso aumentava também com a passagem do tempo, não apenas nos dois namorados, mas entre os familiares ou, até, no círculo social exterior.
Os anos sessenta trouxeram, aos Portugueses, as mobilizações militares em massa, para acudir à sublevação que se registara nas possessões ultramarinas, pelo que muitos casamentos aprazados para breve, foram brutalmente adiados, em virtude de os rapazes serem mandados para África, por um período de tempo nunca inferior a dois anos.
O casamento por procuração foi uma modalidade comum em épocas de conflito, que implicavam o afastamento prolongado dos nubentes e os impediam de contrair matrimónio nas datas que mais lhes aprouvessem. A solução seria arranjar um familiar ou um amigo, a quem dotar de capacidade jurídica para representar, na cerimónia, o nubente ausente, e por ele pronunciar o necessário «sim». Embora continuando um para cada lado, cumpria-se, assim, o compromisso de anos, e resolviam-se alguns dos problemas ocasionados pelo adiamento forçado.
A foto refere-se ao casamento, em 31 de Dezembro de 1961, da Maria Augusta e do Albertino, este representado, por procuração, pelo seu irmão Henrique.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro A.C.
Sou uma estreante neste espaço, pelo qual passeei e me deliciei com descrições de tempos idos...
Tal como diz o poeta "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"
Continue com os relatos pincelados com bonitas fotografias
Abraço
Soly
P.S. esqueci de dizer que eu vou quarentando