sexta-feira, maio 20, 2011

Antigos Combatentes



Falta pouco mais de uma semana para que os antigos combatentes do concelho vejam inaugurado o memorial que assinala, e de certo modo premeia, um esforço hoje considerado sobrehumano, levado a efeito pelos rapazes da terra, nos anos mais doces e pujantes das suas vidas: um esforço que foi também das famílias, em especial das mães, das esposas e das namoradas, que foram abruptamente amputadas dos seus membros mais queridos e indispensáveis.

As guerras são ordenadas pelos políticos eminentes, mas feitas pelo povo humilde e anónimo.

Quando se trata de avançar para a batalha, é «rapidamente e em força»; porém, quando se deve reconhecer o sacrifício feito – que de muitos foi penoso e marcante, e de alguns foi da própria vida – já os políticos tergiversam, regateiam, adiam...

E, para termos direito ao monumento que vamos inaugurar, foi preciso passar meio século desde que o «Niassa», o «Vera Cruz», o «Ana Mafalda», o «Pátria», o «Angola» o «Índia», o «Carvalho Araújo» e tantos outros navios da nossa (saudosa) marinha mercante, começaram a levar e a trazer mancebos de então e anciãos de hoje, para as quatro partidas do mundo, onde, segundo os mesmos políticos, se continuava Portugal.

Mas, ainda assim, este «finalmente» só aconteceu agora porque alguns de nós, antigos combatentes, como o Libério Candeias Lopes, meteram mãos à obra – e os pés à parede, como se costuma dizer.

A eles dedico o pôr-de-sol que trouxe do caminho maritimo descoberto 463 anos antes pelo antigo combatente português Vasco da Gama.

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