domingo, maio 01, 2011

Geração de Combatentes



A chamada Guerra do Ultramar, iniciada há meio século e terminada em 1974, fez da minha uma geração de combatentes. A última vez que Portugal tivera uma geração de combatentes fora entre 1917 e 1918, na 1.ª Grande Guerra: a geração do meu pai, que esteve lá, no Corpo Expedicionário Português a Moçambique.
Julgo que o Poder Político da época não terá tratado brilhantemente a geração combatente do meu progenitor, mas nunca me constou que tivesse achincalhado o voluntarismo patriótico dispendido por soldados, sargentos e praças, ou depreciado o esforço militar desenvolvido por todos, como fez com a minha própria geração; como, também nunca me pareceu que, frequentemente manifestasse públicas simpatias pelo inimigo de então e exaltasse as deserções e o incumprimento de missões de que, muitas vezes, resultaram mortos e feridos do nosso lado, como sucedeu desta feita.
Também do ponto de vista de honrar os antigos combatentes, com um simples memorial comemorativo que fosse, é de todos sabido que complicações, que entraves e que morosidades isso comporta nos nossos controversos tempos, – aliás bem injustamente, porque as consciências contrárias ao envio de tropas para o antigo Ultramar Português, são as mesmíssimas que mandam tropas para missões de guerra em países estrangeiros, sem quaisquer laços patrióticos, linguísticos, ou outros, connosco…
Já escrevi sobre isto em «A Bósnia e a lição da Guerra do Ultramar», publicado no Jornal do Exército, n.º 432, Dezembro 1995, p. 4).
O concelho de Penamacor terá, enfim, em 1 de Junho próximo, o seu monumento aos Combatentes do Ultramar!

1 comentário:

Anónimo disse...

Vi as obras da implantação deste memorial e vai em bom ritmo e é de se salientar que o monumento é de autoria do mestre Eugénio Macedo.